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terça-feira, 5 de agosto de 2008

438

subiu no 438 via rebouças de véu
preto e olho fundo
tirou da bolsa à tira colo lápis
e desatou a escrever a queima roupa
no caderno velho
não sabia o quê

sacolejando da direita pra
esquerda meus olhos enxeridos
do banco de trás
só viam garrancho e rabisco comprido de letra
de médico?
não sabia o quê

ao sair do túnel, fez-se
a luz: era apenas mais uma árabe
indo até vila isabel.